Barra do Una, uma das praias que integram a Estação Ecológica da Juréia, em Peruíbe - litoral sul de São Paulo, é daqueles lugares para esquecer o ponteiro do relógio e se guiar pelo tempo do caminho do Sol. Chegar lá não é tão simples. Deve-se ter paciência, porque o trajeto, quando se chega na cidade, inclui uma extensa trilha de terra que parece não acabar. Procura-se a praia a cada curva do caminho de 18 km, mas o que se vê por mais ou menos uma hora de viagem é morro, mato, cachoeira, mais morro, mais mato e mais cachoeira.
Não tenha tanto apego ao seu carro, porque ele ficará sujo de lama e o escapamento pode raspar em algumas pedras pelo caminho. Mas como em todo caminho há uma pedra... Se o veículo estiver pesado – de malas, isopor com alimentos e gente! -, é provável que os passageiros tenham que sair para que ele fique mais leve ou até mesmo para dar uma forcinha de braço ao condutor. Caso contrário, o automóvel não sairá do lugar, preso na terra repleta de pedras e pedregulhos, o pneu girará em falso e, no ar, ficará um leve cheiro de borracha queimada. Mas isso ocorre em alguns raros trechos de subida. Nada mais. O que importa é o bom humor e as histórias pra contar depois.
Os desafios e a impaciência valem. A recompensa é um lugar assim: para contemplar o sol e a beleza, discrição e exuberância do seu nascer, além de seu reflexo no mar. Um lugar para respirar fundo e sentir o cheiro do mato e da maresia. Para mergulhar no mar escuro ou apreciá-lo de longe sentado em uma cadeira de praia. Um lugar para deitar na areia, na beira da água, e deixar as ondas cobrir o corpo. Para tomar banho de rio, que fica a leste de quem está à frente da praia. Mas muito cuidado: não se deixe levar pela correnteza!
À noite não há iluminação pública em Una, somente a das estrelas e dos vagalumes. Bom, porque dá pra ver a imensidão do céu sem ter que desviar o olho de um prédio e outro (até porque não há prédios!). Dá pra ver as Três Marias, o Cruzeiro do Sul, um planeta (?)... Dá até para ficar nu, sem que alguém o veja. Durante o dia, você corre o risco de se deparar com um nativo - um lagarto, que aparece sem mais nem menos à sua frente, causando susto.
Por lá, telefone celular não funciona. Se quiser se comunicar com alguém em outra cidade terá que tentar em um dos raros orelhões existentes. Ligações a cobrar para algumas cidades da Baixada Santista talvez não dêem certo. O melhor é levar um cartão telefônico, o que não é uma garantia de conseguir contato. É, a tecnologia não resiste em Una, a natureza fala mais alto. Não há nada de mais neste lugar, mas ele tem seu brilho próprio. Surpreende pelo essencial, pela grandeza da simplicidade, em que a maior riqueza está em sua beleza rústica natural.
Maneiras as fotos. Lindas! E a descrição do lugar é uma delícia! Estive no Una há uns três ou quatro anos, fazendo uma matéria, e é bem isso mesmo: difícil de chegar, mas com uma vista que compensa. Tem também uma outra prainha que fica antes do Una, uma bem pequenina. Acho que é Caramborê, uma coisa assim. Chegam a ser mais bonitas que as praias de São Vicente! hahaha...
ResponderExcluirTem novidade no Amenidades Crônicas também. Confira.
http://amenidadescronicas.blogspot.com
Maykon
Lindo lugar, lindas fotos...da vontade de fugir pra la. Aiii se eu pudesse...aiii se ma da loucura. rsrs...
ResponderExcluirbjkas de hermana pra hermana mia.
Ao ler esta matéria, chego a me emocionar...vc consegue transmitir em palavras tudo o que vivemos com nossos amigos neste lugar, lindo, mágico e encantador...
ResponderExcluirSeu blog ta muito lindo, parabéns!!!
Bjokas flor.